1º BIMESTRE
CAPOEIRA
CAPOEIRA
A origem da palavra capoeira vem
do tupi-guarani, que significa "área de vegetação rasteira"
("caa", significa mato e "puera", que foi mato), local onde
os escravos fugitivos se escondiam e formavam os "quilombos"
HISTÓRICO
A capoeira surgiu entre os escravos como um grito de liberdade.
Os negros da África, a maioria da região de Angola,
foram trazidos para o Brasil para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar como
mão de obra escrava. Chegando a nova terra, (os escravos) eram repartidos entre
os senhores, marcados a ferro em brasa como gado e empilhados na sua nova
moradia: as prisões infectadas das senzalas. Os colonizadores agrupavam os
africanos de diferentes tribos, com hábitos, costumes e até línguas diferentes,
eliminando, assim, o risco de rebeliões.
Os negros chegavam ao Brasil, depois de passarem
dias empilhados em navios negreiros, trazendo como única bagagem suas tradições
culturais e religiosas.
O negro trouxe consigo suas danças e lutas
guerreiras que de muita valia veio a se tornar para os escravos fugitivos.
Na África, mais precisamente na região de Angola,
os negros lutavam com cabeçadas e pontapés nas chamadas "luta das
zebras", disputando as meninas das suas tribos com a finalidade de
torná-las suas esposas.
Na ausência de armas, os negros buscaram nas
danças guerreiras sua forma de defesa. Da necessidade de preservação da vida,
surgiu a capoeira.
Tendo como mestra a mãe natureza, notando brigas
dos animais as marradas, coices, saltos e botes, utilizando-se das
manifestações culturais trazidas da África (como, por exemplo, brincadeiras,
competições etc. que lá praticavam em momentos cerimoniais e ritualísticos),
aproveitando-se dos vãos livres que aqui se abriam no interior das matas e
capoeiras, os negros criam e praticam uma luta de auto defesa para enfrentar o
inimigo.
Com o passar dos tempos, os nossos colonizadores
perceberam o poder fatal da capoeira, proibindo esta e rotulando-a de
"arte negra", Santos (1998).
Em
1888 foi abolida a escravatura e
com isso muitos escravos foram lançados nas cidades sem emprego e a capoeira
foi um dos meios utilizados para a sobrevivência. Alguns ex-escravos passaram a
ganhar a vida fazendo pequenas apresentações em praça pública, porém muitos
deles utilizaram a capoeira para roubar e saquear.
Os marginais brancos também aprenderam a nova
luta com o convívio mais direto com os negros e introduziram na sua prática as
armas brancas.
Formaram-se verdadeiros bandos de marginais
aterrorizando a população.
Já em 1890 a capoeira foi colocada fora da lei
pelo Código Penal da República, que dizia:
Art. 402 - Fazer nas ruas e praças públicas
exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação
capoeiragem; andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir
uma lesão corporal, promovendo tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou
incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena: De prisão celular de dois meses
a seis meses. (Barbieri, 1993, p.118).
A capoeira se espalhou pelo Brasil, porém foi nos
estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco onde se encontravam os maiores
comentários entre o povo e a imprensa local. Apesar de reprimida a capoeira
continuou a ser praticada e ensinada para as gerações seguintes.
Em 1929 ocorreu a quebra da Bolsa de Nova Iorque
com a consequente crise do capitalismo, o Brasil viveu um momento de ebulição
das forças sociais.
Com a entrada de Getúlio Vargas no governo do
país, medidas foram tomadas para angariar a simpatia popular, entre elas a
liberação de uma série de manifestações populares. Para tal, Getúlio Vargas
convidou Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, para uma apresentação no
Palácio do Governo. Temendo a popularização da arte - luta, Getúlio Vargas
permitiu a abertura da primeira academia de capoeira, que teria um cunho
folclórico. Após essa passagem, a capoeira perdeu suas características de luta
marginal e vadiagem, visto que para frequentar a academia de mestre Bimba os
indivíduos eram obrigados a ter carteira de trabalho assinada.
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